Google+ TimeOut Brasil: LENDAS ETERNAS : SÉRIE - ÍDOLOS DA DÉCADA DE 50

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

LENDAS ETERNAS : SÉRIE - ÍDOLOS DA DÉCADA DE 50

 
 
Olá amigos, leitores e amantes do basquete !
Venho mais uma vez apresentar-lhes outra grande lenda do passado, a qual atende-se pelo nome de SAM JONES, ex-jogador do Boston Celtics.
Para aqueles que gostam e curtem a história do basquete e seus principais autores e protagonistas, não percam as matérias desta coluna. Pois a história sempre será eterna...
 
UM FORTE ABRAÇO.

SAM JONES

 


 
Samuel “SamJones nasceu no dia 24 de junho de 1933 em Wilmington, North Carolina. Criado em uma família pobre, Jones trabalhou, na adolescência, como garçom e ferreiro, ao mesmo tempo em que se formava na escola de sua cidade natal. Na hora de optar por uma universidade, Sam recusou o convite da Universidade de Notre Dame, preferindo estudar na Faculdade da Carolina do Norte, exclusiva para negros. Lá, fez grande carreira como jogador de basquete, marcando um total de 1770 pontos em 4 anos, com média de 17.7 pontos por jogo, curiosamente, a mesma marca que teria na NBA. Durante esse período, deu uma pausa nos estudos e foi servir o exército (será que algum jogador que já fiz o perfil até agora não se alistou?), ficando dois anos longe das quadras. Voltou em 1956 para seu último ano, se formando aos 23.
 
 
NBA
 
É curiosa a história de como Sam Jones foi parar nos Celtics. Red Auerbach, técnico e GM da equipe, não havia se impressionado com ninguém para o draft de 1957. Sem saber quem escolher, o comandante ouviu os conselhos de um treinador universitário e, totalmente fora de seus padrões, acabou selecionando o desconhecido jogador de Carolina do Norte. Era dito que Auerbach nunca escolhia um jogador que não tivesse visto jogando pelo menos duas vezes ao vivo. Pois desta vez escolheu.
 
Oitava escolha da loteria pelo Boston Celtics, a reação de Jones foi surpreendente. O ala-armador ficou arrasado por terem sido os Celtics o time a tê-lo draftado. O motivo? A equipe celta havia acabado de faturar um título, o primeiro de sua história, e possuía a melhor dupla de armadores da época e uma das melhores da história: Bob Cousy e Bill Sharman. Com isso, Jones achou que não teria muitas chances de jogar e pensou seriamente em abdicar do basquete para seguir seu outro sonho: dar aulas. Ele já havia feito isto, quando participou do draft, uma proposta para lecionar e, apavorado, fez uma escolha: pediu 500 dólares a mais de salário para a escola e, se eles concordassem, Jones aceitaria o emprego. Para a sorte do basquete, o colégio declinou a oferta e o ala-armador acabou encarando o desafio de jogar no melhor time do mundo.
 
 
 
Quando chegou em Boston, Jones rapidamente impressionou Red com suas habilidades e versatilidade, se destacando de outros atletas jovens por se preocupar em outras coisas que não apenas em arremessar a bola. Acabou ficando no time para a temporada seguinte.
 
Em seu primeiro ano, jogou poucos minutos (10.6), marcando apenas 4.6 pontos por embate, reflexo das ótimas fases da dupla Cousy/Sharman. Nas duas temporadas seguintes, passou a ter mais espaço na equipe, jogando pouco mais de 20 minutos e anotando 10.7 e 11.9 pontos, respectivamente. Estes foram também os dois primeiros títulos da carreira de Jones, o segundo maior vencedor da história da NBA, atrás apenas de seu companheiro de esquadra, Bill Russell.
 
Em 1960-61, Bill Sharman começou a ter problemas de lesão e Sam assumiu a titularidade, um pouco a contragosto. Evoluindo seu jogo ano após ano, especialmente seus arremessos e o controle de bola, Jones não decepcionou e, marcando 15 pontos por partida, faturou seu terceiro título. Ao término do campeonato, Sharman encerraria a carreira, deixando o caminho aberto para Sam brilhar.
 
 
 
Titular desde o início do certame, a temporada 1961-62 marcou uma virada na carreira de Jones. Com 18.4 pontos por partida, Sam foi eleito pela primeira vez para o Jogo das Estrelas e começou a pavimentar seu caminho como um dos melhores jogadores da época. Seus playoffs também foram emblemáticos. O armador é até hoje conhecido por brilhar nos momentos decisivos, por ser o famoso clutch player. Essa fama começou a se formar na série contra o Philadelphia Warriors, time liderado pelo incrível Wilt Chamberlain, quando no jogo 7, a dois segundos do fim, Jones arremessou a bola por cima dos braços de Chamberlain para selar a vitória celta e levar o time às finais da NBA. Na decisão, mais uma performance histórica, agora contra os Lakers. Também em um decisivo confronto 7, Jones  foi brilhante na prorrogação marcando 5 dos 10 pontos de sua equipe e contribuindo para o quinto título da história da franquia e seu quarto campeonato pessoal. O armador anotou 20.6 pontos por embate nos playoffs deste ano.
 
 
Continuando a subir de produção, Jones marcou 19.7 pontos em 1962-63 (23.7 nos playoffs + título) e 19.4 no ano posterior (outro troféu e cestinha da equipe pela primeira vez), mas seu auge ainda não havia chegado. Aos 31 anos, a melhor fase da carreira de Jones estava para começar, fato surpreendente se levarmos em conta que nessa época pouquíssimos jogadores chegavam em boas condições aos 30. É sempre bom lembrar que não havia a preparação física que os atletas possuem hoje em dia, e esses mesmos atletas estavam longe de seguir uma dieta especial direcionada ao esporte, ou de contar com equipamentos modernos que minimizam contusões.
 
Na temporada 1964-65, Sam Jones anotou 25.9 pontos por partida, quarta melhor marca da liga naquele ano. Esse número se torna ainda mais impactante quando vemos o quão equilibrada era aquela equipe dos Celtics. Durante esse período de 11 títulos entre 1956-57 e 1968-69, o jogador que mais pontos anotou em uma temporada pelo time, excluindo Jones, foi Bill Sharman, que em 1957-58, fez 22.3. E era justamente esse o segredo dos Celtics: um time completo, equilibrado, com bons jogadores em todas as posições e que nunca precisou de alguém para meter 30 pontos toda noite. Passaram pelo plantel, nesses anos, além dos já citados Cousy, Sharman e Russell, Tom Heinhon, John Havlicek, Tom Sanders, Frank Ramsey, K.C.Jones, Don Nelson, Bailey Howell, entre outros. A palavra egoísmo não constava no dicionário desses caras. Disse Jones, sobre marcar 2.000 pontos neste ano: “Isso não significa nada. Qualquer jogador dessa equipe tem condição de marcar 2000 pontos em uma temporada se lhe for pedido isto. Tem muita solidariedade dos outros atletas nesses meus pontos”. Foi nesse ano também que veio sua primeira nomeação para a Segunda Equipe Ideal da Liga, fato que se repetiria nas duas próximas temporadas. Ah, e claro, o título veio de novo.
 
 
 
 
Sam Jones continuou sua ótima fase até 1967-68, anotando, respectivamente, 23.5, 22.1 e 21.3 pontos, e conquistando mais dois títulos nesse processo, além de duas participações no All-Star Game. Aos 35 anos, ainda conquistaria mais um troféu na sua derradeira temporada, sendo protagonista de mais um momento decisivo. Enfrentando os Lakers na Final da NBA, o velho time celta encarava um adversário poderoso, com um trio composto simplesmente por Chamberlain, Jerry West e Elgin Baylor. No jogo 4, com 7 segundos restantes e perdendo por 1 ponto, os Celtics pediram tempo. Nessa época já treinados por Bill Russell (que também jogava), a jogada final foi desenhada para Jones, que não titubeou e acertou mais um arremesso decisivo em sua carreira. A série empatou em 2 a 2 e o Boston se sagraria campeão num futuro não muito distante. Russell estava relutante em colocar a bola do jogo nas mãos de Sam, pois sabia que o armador se aposentaria ao término do ano, e um erro importante desses seria lembrado pelos torcedores. Russell, entretanto, sabia que não havia ninguém mais qualificado para a jogada e acabou insistindo com Jones, para sorte dele, de Jones e da torcida.
 
 
Sam Jones encerrou a carreira aos 36 anos, contabilizando um impressionante total de 10 títulos em 12 anos. Sua marca registrada como jogador era o bank shot, aquele arremesso "patenteado" pelo Tim Duncan, em que se usa a tabela para converter o arremesso. Jones acabou desenvolvendo essa jogada na Universidade, pois não era muito bom nas bandejas. Treinou tantas horas que desenvolveu um arremesso mortal, seja do ângulo em que estivesse. Outra característica marcante do ala-armador era sua movimentação sem a bola. Pense no Ray Allen. Agora pense num cara que fazia isso 50 anos atrás. Suas jogadas com Russell são famosas, principalmente aquelas em que o pivô capturava um rebote ofensivo, e, nesse meio tempo, Jones já se projetava livre para receber o passe e finalizar sem marcação. Juntam-se a essas qualidades sua facilidade de pontuar, seu espírito coletivo, a facilidade de jogar em qualquer das posições de armador, sua versatilidade notável (bom passador e defensor) e seus desempenhos monstruosos nas horas decisivas. Com isto dito, não é difícil chegar a conclusão de que Sam Jones foi um dos grandes jogadores de seus tempos e um dos mais importantes da história.
 
Para finalizar, um trecho do livro de Bill Russell, Second Wind, que por sua vez, tirei do livro do Bill Simmons, The Book of Basketball: The NBA According to the Sports Guy:
 
“Sempre que a pressão era alta, Sam ficava ávido em ter a bola na mão. Para mim, este é um sinal de um campeão. Mesmo com todo o talento, a preparação mental, a confiança e a concentração exclusivamente direcionada à vitória, chega um momento da competição em que tudo se iguala. Então a pressão aparece e para um campeão, é um teste de coração...Coração em um campeão tem a ver com a profundidade de sua motivação, e quão bem seu corpo e sua mente reagirão à pressão. É concentração – é ser capaz de fazer o que você faz melhor sob máxima dor e stress. Sam Jones tem um coração de campeão. Na quadra ele sempre tinha algo guardado. Você poderia achar que ele havia esgotado suas últimas reservas de força, mas se olhasse bem, veria Sam aparecendo com algo de diferente, algo que ninguém estava imaginando. Mesmo que às vezes ele fizesse coisas que me davam vontade de quebrá-lo ao meio, sua presença me dava conforto nos jogos decisivos. Em Los Angeles, Jerry West era chamado de “Mr Clutch”, e ele era. Mas em um jogo sete valendo o título, eu escolheria Sam Jones na frente de qualquer jogador que já pisou numa quadra de basquete.”

 
 
 
 

PRÊMIOS

5x NBA All-Star (1962, 1964–1966, 1968)
 
3x All-NBA Second Team (1965-1967)
 
10x Campeão da NBA  (1959-1966,1968,1969)

NBA’s 50th Anniversary All-Time Team
Naismith Memorial Basketball Hall Of Fame 

  

DADOS

Posição/Camisa: Ala-Armador / 24
Altura / Peso: 1,93 m / 90 kg
Data e local de nascimento: 24 Junho de 1933, Wilmington, North Carolina.
Anos na NBA: 1957-69
NBA Draft: 1957 / Rodada: 1 / Escolha: 8 (Boston Celtics)
College: North Carolina
Time: Boston Celtics
Médias: 17,7 pontos, 4,9 rebotes, 2,5 assistências
Totais: 15.411 pontos, 4.305 rebotes, 2.209 assistências


FONTE: THE CLASSIC NBA
 


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