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terça-feira, 26 de novembro de 2013

ALGO CHAMADO EGO



Na temporada de 2011-12, na qual o San Antonio Spurs foi derrotado pelo finalista Oklahoma City Thunder em seis jogos, na final da conferência Oeste, terminava o contrato do maior jogador da história da franquia, vencedor de quatro títulos por lá, além de prêmios individuais, como dois MVPs de temporada regular e três de finais.

Naquela temporada, o ala-pivô tinha o salário de 21 milhões de dólares por ano, e já havia atingido os 35 anos de idade. Sabendo que não contribuiria da mesma maneira como já tinha contribuído por muitos anos, Duncan aceitou o corte de seu salário para mais da metade, e assinou a extensão por mais três anos, sendo distribuídos em nove milhões no primeiro, e dez no segundo e terceiro.

Qual foi a consequência disso? A franquia de San Antonio seguiu mais um ano como contender, e, mais do que isso, chegou a mais uma final de NBA, a quinta em sua história, sendo que Tim esteve presente em todas elas. Perdeu para o Miami Heat, time mais jovem, vindo embalado de título e contando com o melhor jogador da liga e com o maior arremessador dos três da história, que heroicamente acertou mais uma de trás da linha para garantir o empate e, logo depois, a vitória. O Spurs acabou derrotado, sim, mas por detalhes.

Ainda falando sobre a franquia do Texas, vimos nesta off-season mais uma demonstração de caráter, quando o ala-armador Manu Ginobili, que ganhou 14 milhões em 2012-13, aceitou a redução deste número pela metade. E, como estamos acompanhando, os comandados de Popovich começaram com 13 vitórias em 14 partidas, mostrando que, mais uma vez, estão entre os favoritos a vencer o campeonato.

Nesta segunda-feira, o Los Angeles Lakers e o ala-armador Kobe Bryant chegaram a um acordo sobre a extensão de contrato do astro, que espantou a todos com o valor de 48,5 milhões de dólares por mais dois anos do basquete do camisa 24.

A questão é que a franquia vem de uma temporada conturbada, na qual tinha um dos melhores elencos da liga, mas que não passou sequer da primeira rodada dos playoffs. No último período de férias, o Lakers perdeu Dwight Howard, Metta World Peace, Antawn Jamison e Earl Clark entre os principais jogadores da rotação, além de três mudanças no comando da equipe.

Atualmente, a média de idade dos três principais jogadores da franquia (Kobe, Nash e Gasol) é de 35 anos, sendo que o armador deve se aposentar ao término da atual temporada. Ou seja, é hora da tão famosa rebuild pelo lado angelino, ou, pelo menos, é o que todos esperavam. Menos Jim Buss, o General Manager do time, que antes mesmo do Black Mamba retornar às quadras após uma lesão seríssima, resolveu continuar pagando o salário mais caro de toda a NBA.

De quem é a culpa? Provavelmente seja do próprio Buss, visto que o mesmo disse em entrevista ser a coisa certa a fazer. Mas, quem duvida que se Duncan, citado anteriormente, quisesse continuar ganhando o mesmo salário o Spurs não pagaria?

Dois dos maiores jogadores de todos os tempos, dois egos bem diferentes. Um aceitou a diminuição de seu papel dentro da equipe, tendo uma redução considerável no número de arremessos por jogo, mas que nunca deixou de ser fundamental para o sucesso do time. Outro teve ao seu lado três jogadores de calibre all-star, mas não soube lidar com o peso da idade e a decadência física.

Conhecido pela extrema vontade de vencer, Kobe Bryant deve encerrar a carreira com cinco títulos, o que não é nada ruim, e nem por isso vai apagar tudo que ele já fez e representou um dia, mas só ficam as lamentações de pensarmos que ele poderia ter feito mais. Quem sai perdendo é o próprio Kobe, a própria franquia, e o próprio torcedor do Lakers.

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